quinta-feira, 2 de maio de 2024

O "Clube Ler e Partilhar" da Escola E.B. 1 Santa Teresinha continua a grande ritmo!

Ao longo do mês de abril, decorreram várias sessões  do "Clube Ler e Partilhar", na Escola E.B. 1 Santa Teresinha. São sempre leituras muito enriquecedoras e cuja partilha estimula o gosto pelos livros e pela leitura.

Dois alunos da turma ST3A  foram ler  à turma JF4 o livro Adeus Peúgas, de Benjamin Chaud. Já outros dois alunos da turma ST2A foram ler à turma ST3A o livro Adeus, Ciúmes. Olá, Confiança! de Ana Serna Vara e Henar Ínigo. Finalmente, dois alunos da turma ST2A leram na turma ST1A o livro Queridos Livros, de Ana Faria.

Congratulamos os alunos que participam neste clube e a docente responsável pelo mesmo, a professora Dília Costa.




"Jornalistas em Rede" - A entrega dos prémios

As alunas do 8.º B, Maria Carolina Encarnação e Sara Filipa Cruz, foram recentemente homenageadas por terem sido as vencedoras do concurso “Jornalistas em Rede”, que tem por objetivo estimular nos jovens a produção escrita de dois géneros jornalísticos: a reportagem e a entrevista. A Carolina e a Sara concorreram com a reportagem «A levar “Abril” do Fundão para o mundo - A herança e o legado de António Guterres», tendo sido distinguidas por esta iniciativa da Rede de Bibliotecas Escolares e do jornal PÚBLICO, através do projeto de educação para os media «PÚBLICO na Escola». A cerimónia teve lugar na Biblioteca do Agrupamento no passado dia 26 de abril e contou com a presença do Diretor do Agrupamento e do Coordenador Interconcelhio da Rede de Bibliotecas Escolares a que se juntou, obviamente, o professor Sérgio Mendes que orientou os trabalhos das alunas. Estiveram ainda presentes os alunos Eduarda Gomes, Lara Costa e Martim Esteves, do 8.º E que também tinham participado com uma reportagem sobre as origens fundanenses de Amália Rodrigues. Todos os alunos receberam certificados de participação e as alunas premiadas tiveram direito a um voucher de 150 Euros enviado pela Rede de Bibliotecas Escolares. Nós, aqui na Biblioteca, também veremos reconhecido o nosso trabalho de divulgação e de promoção no concurso com uma assinatura anual do PÚBLICO que enriquecerá a nossa hemeroteca.

Obrigado alunos e professor pela qualidade do vosso trabalho.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Revolução, Sophia de Mello Breyner Andresen


Revolução

Como casa limpa

Como chão varrido

Como porta aberta

Como puro início

Como tempo novo

Sem mancha nem vício

Como a voz do mar

Interior de um povo

Como página em branco

Onde o poema emerge

Como arquitectura

Do homem que ergue

Sua habitação

27 de Abril de 1974


         Sophia de Mello Breyner Andresen, in O Nome das Coisas, 1977

Liberdade, Fernando Pessoa


Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa.

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca…

Fernando Pessoa

O que é, para nós, a Liberdade?...

...foi a questão à qual os alunos do 8.ºC responderam, num texto escrito a várias mãos, e que aqui deixamos, em formato áudio, desejando a todos os nossos utilizadores um feliz Dia da Liberdade.

A cor da Liberdade, Jorge de Sena

 

A Cor da liberdade

Não hei-de morrer sem saber

qual a cor da liberdade.


Eu não posso senão ser

desta terra em que nasci.

Embora ao mundo pertença

e sempre a verdade vença,

qual será ser livre aqui,

não hei-de morrer sem saber.


Trocaram tudo em maldade,

é quase um crime viver.

Mas, embora escondam tudo

e me queiram cego e mudo,

não hei-de morrer sem saber

qual a cor da liberdade.


Jorge de Sena

(1919-1978)

Mulheres do meu país, Maria Teresa Horta


Mulheres do meu País


Deu-nos Abril
o gesto e a palavra

fala de nós
por dentro da raiz

Mulheres
quebrámos as grandes barricadas
dizendo: igualdade
a quem ouvir nos quis

Assim continuamos
de mãos dadas

O povo somos:
Mulheres do meu país

Maria Teresa Horta, in: Mulheres de Abril -1977-

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Leituras Censuradas até hoje!

São as leituras censuradas até ao dia 24 de abril de 1974 que os nossos alunos recolheram e agora surgem no podcast «Leituras Censuradas». Este é um podcast da Biblioteca do Agrupamento de Escolas do Fundão que, até hoje, reúne 8 notícias censuradas pela PIDE, em 1966. Este é um trabalho realizado pelos alunos e coordenado pela professora Andreia Sousa, no âmbito da Educação para a Cidadania, que podem ouvir aqui:

 

Ressurgiremos, Sophia de Mello Breyner Andresen


RESSURGIREMOS

Ressurgiremos ainda sob os muros de Cnossos

E em Delphos centro do mundo

Ressurgiremos ainda na dura luz de Creta


Ressurgiremos ali onde as palavras

São o nome das coisas

E onde são claros e vivos contornos

Na aguda luz de Creta


Ressurgiremos ali onde pedra estrela e tempo

São o reino do homem

Ressurgiremos para olhar para a terra de frente

Na luz limpa de Creta


Pois convém tornar claro o coração do homem

E erguer a negra exatidão da cruz

Na luz branca de Creta.


Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro Sexto, 1962

Urgentemente, Eugénio de Andrade


URGENTEMENTE

É urgente o amor

É urgente um barco no mar


É urgente destruir certas palavras,

ódio, solidão e crueldade,

alguns lamentos, muitas espadas.


É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.


Cai o silêncio nos ombros e a luz

impura, até doer.

É urgente o amor, é urgente

permanecer.


Eugénio de Andrade, As Palavras Interditas, 1951

EB1 de Valverde: 50 de anos de Abril

Também os alunos da EB1 de Valverde participaram nas comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril. A leitura de poemas foi recolhida pela professora Ana Baptista, responsável pela Biblioteca Escolar daquela Escola. Ficamos sensibilizados a ouvir as vozes dos mais pequenos a "cantarem" Abril, já disponíveis no Spotify daquela Biblioteca.

Data, Sophia de Mello Breyner Andresen


 Data

Tempo de solidão e de incerteza

Tempo de medo e tempo de traição

Tempo de injustiça e de vileza

Tempo de negação


Tempo de covardia e tempo de ira

Tempo de mascarada e de mentira

Tempo de escravidão


Tempo dos coniventes sem cadastro

Tempo de silêncio e de mordaça

Tempo onde o sangue não tem rasto

Tempo da ameaça


Sophia de Mello Breyner Andresen, LIVRO SEXTO, 1.ª ed., 1962

Ode à Paz, Natália Correia

 

Ode à Paz

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,

Pelas aves que voam no olhar de uma criança,

Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,

Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,


Pela branda melodia do rumor dos regatos,


Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,

Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,

Pela exatidão das rosas, pela Sabedoria,

Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,

Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,

Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,

Pelos aromas maduros de suaves outonos,

Pela futura manhã dos grandes transparentes,

Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,

Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas

Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,

Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,

Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.

Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,

Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,

Abre as portas da História,

deixa passar a Vida!


Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)"

terça-feira, 23 de abril de 2024

Feliz Dia do Livro com o TAS 22

Ler abre horizontes, apresenta-nos outros pontos de vista, ensina-nos e também nos orienta enquanto cidadãos. 

Nesta ótica, os alunos e alunas do TAS 22 (Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde) estão a ler Misericórdia, de Lídia Jorge, um livro que tem merecido um grande destaque por parte dos críticos literários (e não só) e que ganhou os prémios: Prémio Fernando Namora; Grande Prémio de Romance e Novela/2022 da Associação Portuguesa de Escritores (APE), Prémio Literário Urbano Tavares RodriguesPrémio PEN Clube Português, Prémio Eduardo LourençoPrémio Médicis Étranger, em França, Melhor Livro Lusófono publicado em Françaatribuído pela redação da revista literária Transfuge, prometendo arrecadar mais prémios, visto estar entre os finalistas nomeados para outros prémios.

O livro foi trabalhado no âmbito da disciplina de HSCG (Higiene, Segurança e Cuidados Gerais), uma forma diferente e inovadora para abordar as temáticas: Cuidados na Saúde do Idoso e Cuidados da Saúde em Fim de Vida. Tem sido uma experiência diferente e as reações dos jovens, à medida que vão lendo, vale bem a escolha efetuada pela docente Gabriela Cruz.



Leiam muito ou pouco, mas leiam! 

O "Clube Ler e Partilhar" da Escola E.B. 1 Santa Teresinha continua a grande ritmo!

Ao longo do mês de abril, decorreram várias sessões  do "Clube Ler e Partilhar", na Escola E.B. 1 Santa Teresinha. São sempre leit...